A maioria de nós utilizamos nossa carteirinha como ‘beneficio’ para pagar meia entrada em eventos culturais. O desconto hoje é concedido aos estudantes, idosos, portadores de deficiência e professores. Contudo, em meio a tantas discussões sobre o fim da meia entrada, ainda não consegui fechar uma opinião.
A lei foi concedida numa época em que freqüentar teatros e outros eventos culturais não era muito convencional aos menos favorecidos financeiramente e através dessa lei o acesso passou a ser fomentado.
Ocorre que há mais de 10 anos a classe artística (ou uma parte dela) está engajada numa tentativa de extinguir essa lei. A idéia é que quem paga inteira acaba subsidiando quem paga a meia.
Os produtores culturais em uma forma de driblar a meia entrada, duplicou o valor da meia – sendo assim essa meia acaba de tornando ilusória. O ingresso que era pra custar um valor X virou dois XX pra no final sair X de quem paga meia.
Vendo por essa ótica, quase me comove! Sou artista e posso dizer: Não consigo ainda viver da arte, mas não acho que esse é um fator determinante para que esse objetivo quase utópico ocorra.
Pois bem, a maioria da classe que defende o fim da meia entrada são globais e/ou conhecidos da TV. Sabe aquela super peça ‘boa’ que eles apresentam? Sabe aquela peça que teve o patrocínio do posto de gasolina, do banco de todos e da montadora de automóveis? Então essa super mega produção que envolveu milhares de reais, pagos com dinheiro dessas empresas ‘engajadas’ subsidiou todo o custo através da lei Rouanet e esse artista cobra o valor de R$ 120,00. Não entendo!
A Cia não teve gasto algum, o protagonista popular ganhou muito bem e tiverem um apoio financeiro suficientemente para cobrar muito pouco. Mas muito pouco mesmo.
Concordo que seria o governo a pessoa quem deveria ser cobrada a outra parte da meia entrada e não o consumidor da inteira, mas não me venha com essa. Não queira me convencer que os produtores só aumentam o valor por conta das fraudes das carteirinhas e que ao extinguir a lei, a paz reinará. Pelo contrario, se o produtor sabe que consegue vender um ingresso de um show por R$ 400,00 duvido sinceramente que algo toque seu coração e o faça baixar o preço para ser finalmente ser acessível a todos.
É uma discussão que deve ser estendida a toda sociedade, e mesmo assim, com tantos prós e contras minha opinião ainda não foi formada. Ainda penso...
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