quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Criançada na rede: será que alguma coisa muda?

Na tentativa de encontrar algo minimamente interessante para postar aqui, digitei no Google “internet criança”, achando que isso poderia facilitar a minha vida e/ou me dar alguma inspiração. Mas, ao contrário do que eu pretendia, apareceram mais de 21.000.000 de resultados... Sem saber muito o que fazer com esse tanto de informação, boa parte bem inútil, fui fuçando para ver se achava alguma coisa legal.
Na leitura que fiz da primeira e segunda páginas da busca no Google vi que uma parte dos resultados oferece “dicas” que ajudam a garantir um uso seguro da internet, alguns se dirigem às crianças diretamente, outros aos pais e professores; vi “posts do bem” e “portais da família”, em um deles é possível até encontrar um modelo de contrato de confiança entre pais e filhos. Confesso que senti um tediozinho...
Vi também um artigo escrito por Silvio Meira, publicado na edição de setembro de 2009 na revista Superinteressante intitulado Lugar de criança é na internet. Neste artigo, o autor apresenta os seguintes dados: “E há quem nasceu “na” internet. Pesquisa da Nielsen diz que as crianças (2 a 11 anos de idade) estão na rede em peso. Enquanto o número total de usuários cresceu 10% entre 2004 e 2009, o de crianças subiu 19%. E o número de horas na rede, entre a garotada, cresceu 63% no período, de 7 horas por mês em 2004 para mais de 11 horas em 2009, contra um aumento do número de horas online, como um todo, de 36%.”.  É possível que hoje, passados dois anos da pesquisa, os números sejam ainda maiores. Mas, o que será que as crianças buscam na internet? Comecei a ficar curiosa e fui fuçar um pouco mais...
Encontrei, então, uns três ou quatro sites que dão indicações de outros sites voltados aos pequenos e, coisa comum, acabei me perdendo na “vazante da infomaré”, como diria Gilberto Gil. Mas vi um sem número de sites com joguinhos educativos, desenhos para colorir no computador mesmo ou para imprimir, outros que ajudam a fazer a lição de casa ou os trabalhos da escola, que ensinam a fazer pipa, brinquedos, música ou ainda que lembram brincadeiras já esquecidas. Encontrei também um monte de sites relacionados a produtos ou serviços destinados a crianças como canais de TV, bandas, brinquedos etc.
Vi um monte de coisa, só que continuei sem saber o que as crianças buscam na internet... Por sorte, me deparei com uma notícia do jornal Diário do Nordeste de 13 de outubro de 2011 intitulada Crianças superam adultos na rede, na qual há os dados de uma pesquisa feita pelo CGI (Comitê Gestor da Internet) que anuncia um aumento nos números de crianças que usam a rede e vai além, também descreve mais ou menos o que elas mais fazem quando estão navegando: Das 2.516 crianças ouvidas entre setembro e novembro do ano passado, 51% disseram já ter usado um computador, e cerca de metade delas (27%), internet. A partir do estudo, é possível entender como as crianças acessam a rede. Elas utilizam a internet principalmente para se divertir com joguinhos (90% das crianças) e fazer coisas da escola (45%). Enquanto 29% disseram já ter usado redes sociais, só 10% delas já enviaram um e-mail na vida.” A notícia também apresenta dados relativos ao local de uso da internet, e ao controle que os pais tem (ou não) sobre o uso que seus filhos fazem da rede.
O que concluir? Pensando bem, com poucas pretensões e baseada na busca pouco científica que fiz no Google e nos dados apresentados pelas pesquisas citadas, cujas fontes eu não conheço, me parece que as crianças continuam a fazer o que sempre fizeram: brincar e realizar tarefas da escola. Apesar do alarme, será talvez que a diferença entre os tempos anteriores à internet e os atuais seja apenas que os pais ao invés de falarem aos seus filhos “não converse com estranhos na rua” agora digam “não aceitem solicitações de amizade de estranhos no Facebook”?

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